Travesseiro da Piriquita
Os travesseiros são um dos bolos mais procurados pelos turistas em Sintra. Fazem já concorrência à mais velhinha queijada. Os travesseiros são fabricados pela Piriquita, uma pastelaria da Vila Velha, Sintra.
Outras informações importantes:

Sabias que...

... a Fábrica das Queijadas da Piriquita existe desde 1862?

É verdade! Apesar do travesseiro da Piriquita ter cerca de quarenta anos, esta fábrica tem quase 150 anos! Foi fundada por uma senhora chamda Constança Gomes Piriquita!
Sabias que

Etnográfica e historicamente, os Travesseiros da Piriquita são, de todos os doces sintrenses, o mais recente.
(Frase retirada do texto sobre os travesseiros, nesta ficha)

Podemos perceber, nesta frase, que o "travesseiro da Piriquita" é o doce sintrense mais jovem! No entanto, hoje é uma autêntica tradição para quem vem a Sintra! Tal como a respeitável queijada, que já tem pelo menos dois séculos, ou, fazendo uma viagem a Belas, os também deliciosos fofos.


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Morada e contactos

Morada
Rua das Padarias, 1

Sintra
2710-603 SINTRA

Telefone:
219230626

Fax:
219242399

 

Entrevista a Leonor Cunha, da Piriquita (2006)

Informação retirada publicada na agenda "Sintra Cultural" (2006), publicada pela Câmara Municipal de Sintra. É uma entrevista a Leonor Cunha, da Piriquita.

Introdução

Os travesseiros da Piriquita são dos melhores embaixadores de Portugal, levando os sabores de Sintra aos quatro cantos do Mundo. Conheça a mulher que ao longo dos últimos 50 anos guarda, a sete chaves, o segredo desta iguaria. Leonor Cunha é a dama de ferro à frente de um doce negócio, que desde 1862 se mantém no feminino.

Vendem-se aos milhares todos os fins-de-semana. Há quem percorra dezenas de quilómetros e venha de propósito a Sintra.
Depois, é esquecer o colesterol e os quilitos a mais e….deliciarmo-nos com eles. Os travesseiros da Piriquita tem uma longa tradição familiar por detrás. Representam um dos mais rentáveis negócios do concelho e sempre com uma mulher ao leme: começou no Sec. XIX com Constança Gomes Periquita e, dois séculos depois, é Leonor Cunha que, do alto dos seus 74 anos, lidera com mão de ferro um negócio que sempre se manteve no feminino.

Entrevista


Quando foi fundada a Piriquita – Antiga Fábrica de Queijadas?

Em 1862 pela bisavó do meu marido, a Sra. D. Constança Gomes Piriquita. Desde aí ficou sempre na família e sempre com uma mulher à frente: depois foi a Sra. D. Nazaré, avó do meu marido, seguiu-se-lhe a filha (mãe do meu marido) Constança Cunha e agora eu que pretendo passar o leme à minha neta. Já vamos na sexta geração. É, sem dúvida, um negócio de mulheres. 
Sinto um grande orgulho.

Mas continua a ser a alma matter da Piriquita?
Sou. Mas tenho uma grande ajuda de todos, familiares e funcionários, alguns a trabalharem há mais de 40 anos na Piriquita.  Ainda me tratam por menina Leonor, veja lá, e eu com 74 anos. Olhe, o Zé Banana e o Custódio, por exemplo, ou ainda a Teresa e a Leonor. Somos uma grande família. Esse é um dos segredos dos travesseiros, o outro (o da receita) não lhe vou dizer, é claro!

A Piriquita é um dos ex-libris de Sintra. Sente que tem um importante papel na gastronomia sintrense?
Sinto e digo-lhe que é uma responsabilidade. Temos mantido e vamos continuar a manter, sempre, altos padrões de qualidade. 
Afinal, estamos num dos locais mais turísticos de Portugal. São aos milhares. Temos de mostrar a quem nos visita que sabemos fazer e bem. É por isso que ao longo de três séculos temos tido sucesso.
(...)


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Para os meus pais e professores
lerem comigo

É indiscutível, a todos os níveis, que a arte dos sabores e da mesa que tem alimentado o universo das tradições gastronómicas é algo transversal a todas as culturas e a todos os tempos. Ora, da diversificada e rica doçaria sintrense existente, os Travesseiros da Piriquita são para a nossa contemporaneidade, indiscutivelmente, uma referência gastronómica e um vínculo cultural de excelência desta região.

Etnográfica e historicamente, os Travesseiros da Piriquita são, de todos os doces sintrenses, o mais recente. Surgido da actividade pasteleira de uma família da Vila, em meados de 1940, quando Constança Luísa dos Santos Cunha, neta da fundadora da antiga Casa das Queijadas da Piriquita, cria com a sua arte e o seu engenho um afecto de doçaria, dando fundamento e testemunho a um novo conceito de “tradição evolutiva” dos paladares sintrenses.

O fabrico deste novo doce, feito de massa folhada, doce de ovos, amêndoas e açúcar que ultrapassa, então e deste modo, os infortúnios e as dificuldades de um tempo conturbado pela guerra, pela escassez e pelo racionamento dos produtos, vai-se transformar em algo universalmente reconhecido como um dos ex-libris de Sintra.

Desta nova mistura harmoniosa de ingredientes que a imaginação de gerações descendentes de Constança Gomes, em outros tempos, alcunhada, aos olhos e gulosice de uma atenção de Rei, como Piriquita, mediu, pesou e laborou em tachos, panelas, alguidares e colheres de pau, saiu um verdadeiro acto cultural. E, apesar de hoje, o processo de fabrico decorrente adoptar novas fontes de energia e novos equipamentos e utensílios, o doce saído nos tabuleiros dos fornos, «feitos à hora de vender», por vontade da matriarca Maria Leonor Cunha, são sempre suculentos, estaladiços, cremosos, aromáticos. Enfim, polvilhados de açúcar e de predicados que preenchem a memória dos saberes e o paladar dos sabores.

No registo das atenções, os Travesseiros da Piriquita percorreram o mundo e imensas rotas, escritas por quem informa e descritas por quem lembra a passagem por Sintra. Mais do que momentos literários e romanceados, ficaram as observações das lembranças palatáveis de quem saboreou o momento, fossem elas figuras públicas ou, simplesmente, anónimas, nacionais ou estrangeiras. Por todos é dada a «dica», «quem for a Sintra, não deixe de comer um travesseiro. E da Piriquita, por favor !!».

 
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